quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Poucos segundos...


Num plano distante vejo o mundo la fora e tudo pelo que me mantenho em luta,
em guarda.

Vejo os relacionamentos com o mundo exterior.

Todo bem e todo mal na busca da realização.

Neste plano o relógio se movimenta tão rápido que sempre faltam algumas voltas para completar o meu dia.

O mundo la fora e cruel,

me atropelaria facilmente,

trituraria meu coração por nada.

E neste cenário,

eu sou reprodução do ambiente.

Correndo,

correndo...

Num plano intermediario,

observo as minhas ligacoes afetivas,

tão vulneráveis quanto uma bolha de sabão.
Na maioria das vezes vejo claramente que restarão os elos escritos pelo código genético.

a convivência obrigatória,

esfacelada pelo tempo,

pela vontade de fugir.

Mas não possibilidade de fuga,

estou tão presa aqui quanto no primeiro plano,

e tudo necessário,

seguir adiante e necessário,

esquecer de si mesmo e necessário,

aprender a ultrapassar o próprio sentimento primordial.

Num plano mais próximo,

aqui onde estou de ,

presa atrás de um a vidraça ,

assisto de dentro de mim,

o que me tornei,

seguindo os moldes da necessidade,

tudo la fora e furacão,

intensidade,

velocidade.

Mas vejo tudo em camera lenta,

não
sei o que busco em meio aos destroços la fora.

Talves olhar pra você e sentir que vale a pena por um instante.
E quando estes três planos da minha realidade
forem sobrepostos ,
um filme de poucos segundos vai mostrar você passando por mim
sem me notar,
sem me enxergar, sem me tocar,
e deixar um imenso vazio
onde você nunca esteve!


CleaRF.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Atos e sentimentos alados...


"Somos donos de nossos atos,
mas não donos de nossos sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos,
mas não somos culpados pelo que sentimos;
Podemos prometer atos,
mas não podemos prometer sentimentos...
Atos sao pássaros engailoados,
sentimentos são passaros em vôo".

Mário Quintana

sábado, 20 de agosto de 2011

Noite...


``A caixa de compacto escorrega por entre meus dedos e vai de encontro ao chão tão veloz que meus dedos não chegam a toca-la novamente antes que aterrisse de cabeça pra baixo ( lógico) esparramando seu conteúdo em todo o quarto,
não que este estivesse em ordem,
mas era totalmente
dispensável um ingrediente a mais na mistura de coisas.
Respiro
fundo,
deixo pra depois ,
uso o que ainda resta na esponja,
espalho pelo rosto e vou lembrando dos
palhaços de circo.
No fundo as mulheres devem ter e inveja deles
que eles podem usar uma camada tão grossa ao ponto de mudar a cor do rosto.
Começo
a sequência de sempre...
Lápis
nos olhos,
sombra,
muita sombra ,
tons sobre tom,
clareando escurecendo colorindo.
Na hora do
rimel vem novamente a tentação de usar cílios postiços (não da tempo ), o batom,
um pouquinho e claro,
que esta e a primeira camada de muitos que irei retocar antes mesmo de sair.
Começo
a pintar a boca e me vem de novo a imagem do palhaço,
desato a rir,
rir da minha
própria mania,
mania das
comparacoes estranhas fora de hora.
Jogo a toalha pro lado,
no espelho a
lingerie me lembra o trabalho que deu encontrar pecas que não aparecessem através do vestido ,
fossem
confortáveis e ainda assim fizessem o favor de me deixar sexy.
Outra serie de risos malvados para o espelho.

Viro para o lado e olho minha cama,
parece uma banca de
promoção no dia em que a mercadoria acabou de chegar,
uma pilha de roupas forma um
everest miniatura no centro.
Penso no tempo que vou gastar arrumando tudo isto,
meia hora de
indecisão sobre o que vestir causou quase uma revolução.
Estico o braço e alcanço o pretinho básico no cume da montanha,
percebo o quanto e
ridículo e sem nexo tanto trabalho para optar pelo óbvio.
No mesmo instante mudo de ideia e vejo o quanto era importante
experimentar todos os outros para descobrir que o meu decote favorito ainda era o melhor.
Hora do malabarismo.
Quem mandou se
maquiar antes de se vestir.
Agora o vestido tem que passar pelos meus cabelos sem desarruma-los e
pelo meu rosto sem tirar sequer um grão de do lugar.
Ainda bem que a pratica
trás a perfeição...
em um segundo o tecido desliza pelo meu corpo para no segundo seguinte ser
alisado por minhas mãos em direção ao seu cumprimento.
Um quase ultimo problema,
tanta
maquiagem,
tanto perfume,
e ainda
não decidi se vou com pernas nuas ou de meia,
imagino uma nova troca de sapatos causada pela escolha da meia,
esqueço a meia,
afinal depois que esquenta e sempre quente na noite.
A
insinuação me faz rir novamente,
alias parece que hoje to rindo a toa.

Mais
batom ,
mais perfume,
mais telefone,
mais espelho,
muito mais espelho e e claro o cabelo solto,
o ultimo toque...

Que nada o ultimo toque e o da campanhinha...
Abro a porta ...
Encaro a noite..

Sinto o vento me envolvendo no meu
próprio perfume..
A porta da casa se fecha...

O portão range atrás de meus passos...
A porta do carro bate...

Mergulho na escuridão salpicada de luz artificial !``



CleaRF.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Fica bem...tudo bem ,,,


``Fica sempre tudo bem
Mesmo que seus nervos tenham estado tão esticados
que cada movimento pareça em camera lenta.
Mesmo que as lágrimas que não tenha chorado
permaneçam empilhadas
nas prateleiras do tempo.
Fica sempre tudo bem...
sempre tudo bem...
tudo sempre bem...
fica bem...
tudo bem...``

CleaRF.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O sorriso...


"Muita coisa que ontem parecia importante

ou significativa amanhã virará pó no filtro da memória.

Mas o sorriso (...)

ah, esse resistirá a todas as ciladas do tempo."


Caio Fernando Abreu